Olá pessoal, tudo bem? Estamos de volta com um guest post especial do amigo Marcio, o relato do roteiro de 8 noites em Bonito, no Mato Grosso do Sul, viagem realizada em janeiro de 2022. Adoramos as dicas e queremos muito conhecer esse destino incrível do nosso Brasil!
Vamos ao relato do Marcio:
Bonito em janeiro de 2022
Aqui pra nós férias é sinônimo de Viagem, e a escolha dessa vez foi Bonito – Mato Grosso do Sul, o que chamo da “Disney da Natureza” em função da infraestrutura, organização e diversão associadas às atividades.
E dessa vez se fez valer a máxima de que “melhor que uma boa viagem, é uma boa viagem em boa companhia”, e éramos 3 casais com seus (nem tão) pequenos = 7 crianças/ adolescentes entre 9 e 17 anos.
Não tenho presunção de falar todas as informações e possibilidades do destino, porque acho que o barato é dividir de forma pessoal aquilo que pudemos experimentar e quem sabe poder ajudar outros viajantes na organização de futuras viagens ao mesmo local.
Perfil desse destino
Tem que curtir natureza com certa dose de aventura, mas sem nada muito radical. Acredito também que não é ideal crianças pequenas sob risco de não se enquadrarem “ainda” em algumas atividades e aí dar aquela sensação de “ficar pontos pendentes na viagem” – mas com certeza, crianças também se divertem muito.
Planejamento da viagem a Bonito
Esta viagem tem fácil planejamento frente a outros destinos porque o plano era aproveitar Bonito, então falamos de 01 cidade, 01 hotel, e principalmente, a organização da programação é muito prática.
Sobre essa praticidade, alguns comentários:
– existe um menu muito grande de ótimas opções de atividades pra fazer por lá, tudo muito fácil de achar em simples pesquisas pela Internet.
– todos os passeios tem que ser previamente reservados com as agências locais, não sendo possível comprar na hora / chegada ao local mesmo em baixa temporada. E na alta temporada a recomendação (e sentimos isso na pele) reservar com uns 2 meses de antecedência sob risco de não ter vaga no passeio/ dia pretendido.
– valores são tabelados, por atividade em qualquer agência. E vale dizer: são caros. Então é escolher uma e organizar. Deu pra chorar algum pequeno desconto e parcelamento por termos concentrado todos os passeios em uma mesma agência (13 pagantes), mas nada muito expressivo mesmo.
Nesse ponto, contatei algumas agências e tive ótima atenção da guia Bia da agência H2O Ecoturismo – disponível e atenciosa.
– organização é muito boa. Todas as atrações ficam em propriedades particulares e vc terá sua atividade contratada com horário marcado/ respeitado (de forma geral) e com quantidade de pessoas bem confortável, independente dos cuidados com a pandemia (que com certeza restringiu o tamanho dos grupos por vez).
– traslados: as principais atrações são num raio entre 10km e 60km e você pode contratar traslado (valor à parte da atividade) ou ir com seu próprio. Acho a opção de ter seu próprio transporte mais interessante – custo e autonomia do passeio. Foi o que fizemos, alugando um carro para o período por lá.
Quando ir a Bonito
Tipo de destino que não impacta muito a época que você escolher. Na viagem com “pequenos”, temos como janelas as férias escolares e foi esse o fator para irmos em Janeiro. O ponto negativo é ser época de chuva e poder atrapalhar os passeios e a transparência dos rios. Com o clima “louco” em todo o mundo, tivemos uma situação contrária: a região estava (e ainda está) com grande escassez de chuva e na verdade o que “perdemos” foi não ver o volume de água que deixa algumas cachoeiras ainda mais lindas (inclusive pegamos algumas secas). O ponto positivo é que é verão, calor, e é muito mais prazeroso passar o dia dentro d’água (perfil da maioria dos passeios) com calor até porque as águas das cachoeiras são geladas – eu tinha ido a Bonito uma vez há 20 anos atrás em abril (a época considerada ideal por ser seca) e a temperatura amena muitas vezes não era convidativa a entrar e relaxar nos rios e cachoeiras.
Quantos dias ficar em Bonito
Sou do tipo que visa “conhecer o lugar como se não fosse mais voltar” (nenhum problema pra mim em voltar em lugares que gostamos, mas sempre tento conhecer novos), além de “amortizar” o investimento no deslocamento (me parece cruel ficar poucos dias em lugares longes / de passagens caras).
Ficar em Bonito mínimo 6 noites – compondo:
- 1 dia pra chegar e outro pra partir
- 5 dias de diversão: 2 Flutuações + 2 cachoeiras + 1 gruta e outro programa por lá.
Vai ficar um gostinho de “quero mais” se ficar 6 noites, mas diria que é um mínimo aceitável. Nós ficamos 8 noites.
Como chegar em Bonito
Fomos de avião até Campo Grande, lá pegamos um carro e então 3 horas e meia de estrada até Bonito. Estrada tranquila (só viajei de dia) e mesmo bonita, com visual e animais ao longo do trajeto. Fizemos isso porque foi o que deu para ir de milhas e melhorar o custo da viagem. Mas se tiver chance recomendo pegar um voo direto pra Bonito – é um pouco mais caro mas nada que boas pesquisas de promoções e o comodismo de chegar direto no local não compense. Salvo se tiver interesse de passear em Campo Grande, que não foi nosso caso.
Onde se hospedar em Bonito
Entendo que essa é uma viagem onde o hotel serve pra descansar/ dormir e tomar um café da manhã – porque o foco é passar o dia aproveitando a cidade e a natureza.
Bonito tem de tudo em termos de hospedagem. Tive a impressão que o destaque como “hospedagem top” e com infraestrutura é Hotel Cabanas (um amigo já ficou lá).
Nossa opção foi perto do Centro, com alguma infraestrutura e mais em conta. A Hotel Caranda Eco Ville atendeu ao nosso objetivo, com café da manhã razoável (dava pra forrar antes do dia cheio) e saíamos à noite pro Centro a pé. Mas ele é mais simples do que parecia no site (a infraestrutura e serviço muito pobres e quartos bem modestos), uma certa decepção mas que não comprometeu – e o preço era justo/ bom, frente ao altos praticados em Bonito.
Roteiro de 8 noites em Bonito em janeiro
Temos a planilha padrão para nossas viagens, coloco aqui nosso “Sumário Executivo” dessa:
PS1: toda viagem é batizada, e essa teve o nome de “Fizemos Bonito com os amigos”
PS2: essa viagem não tinha foco na “night”, ainda que gostamos. Então nosso planejamento dava recomendações, e lá na hora decidíamos o que faríamos cada noite.
PS3: nesse caso as colunas “se deslocando” e “dormindo” ficou crua porque era só uma cidade e um hotel
Escolhendo as atividades
Você consegue combinar mais de uma atividade em 1 dia. Optamos por deixar 1 por dia, pela presença das crianças e termos dias tranquilos para aproveitar também sempre a noitinha.
O grande destaque e diferencial de Bonito são as flutuações. Águas cristalinas, natureza linda e muitos peixes (e outros animais) pra nadarmos.
Como já comentei, existe uma gama de opções de atividades pra fazer. Me arrisco a dizer que todas são bem organizadas. Não consigo muito defender as que escolhi frente a outras. Posso defender as “categorias” das atividades escolhidas:
– 2 flutuações: Rio da Prata (a maior) e Aquário Natural (mais calma e própria pra crianças e quem não sabe nadar bem)
– 2 cachoeiras: Cachoeira do Rio do Peixe e Boca da Onça
Uma das famílias chegou antes de nós e foi no Parque das Cachoeiras e adorou.
– 1 gruta: Gruta do Lago Azul –> imperdível
– 3 Parques: Praia da Figueira, Eco Park Porto da Ilha e Parque Ecológico do Rio Formoso
2 atrações famosas que não fomos dessa vez mas que conheço pela minha primeira ida a Bonito:
– Contemplativo: Buraco das Araras – pequena trilha que chega até um enorme buraco onde se abrigam araras. De fato, hoje em dia vc pode ver apenas 1 / 2 ou se der sorte umas 5 / 6 araras. É bem legal e bonito, mas preferimos deixar de fora porque achamos que não ia agradar os pequenos.
– Aventura: Abismo Anhumas
Atração ímpar em Bonito – no Brasil e (me arrisco a dizer) no mundo. Sugiro você pesquisar, ler, ver fotos e decidir. O grupo não se animou em fazer, especialmente por causa do preço que é pra gringo/ muito salgado – aproximadamente R$2.000 o passeio completo. Em resumo: em uma pequena fenda no meio da mata, você desce em rapel por uns 70 metros e chega num salão com um lago subterrâneo, “pousando” num deck lá embaixo. Ali você passeia de bote, faz flutuação e mergulha de cilindro (esse é o pacote completo). É sensacional – eu fiz e posso dizer.
Roteiro comentado
Dia pra chegar
Na estrada Campo Grande > Bonito, paramos apenas 1x, rapidinho, pra banheiro e um lanchinho.
Nesse dia, chegamos, fomos na agência conversar e pegar dicas da cidade e passeios e fomos jantar na cidade.
Nossa Pousada: Hotel Caranda Eco Ville
Dia 1)
Flutuação Aquário Natural: sair do Centro 30 minutos antes do horário marcado.
Começamos por essa pra funcionar como um aquecimento para todos, pois é a flutuação dita mais tranquila. A flutuação é muito linda, água cristalina, muitos peixes – lugar onde mais vimos mais Dourado (o tubarão de água doce, peixe carnívoro que come todo peixe menor que ele).
Depois da flutuação você chega num local com uma tirolesa que é o desfecho divertido da aventura – você vai na tirolesa, que não é muito alta, e no final se joga na água. Tem a volta à base do Complexo (onde por sinal você tem direito a armários para guardar roupas e pertences), passando por uma linda natureza (como na ida), lugares com animais e no final um tipo “Hospital de animais” que é muito legal (raposa, coruja, araras, etc).
Na base você pode ficar o tempo que quiser, com um espaço pra relaxar com uma piscina e restaurante, que serve refeição e petisco a preços como na cidade.
Eles vendem o pacote das fotos que o profissional tira do grupo, que também inclui um vídeo com todos mergulhando.
Chegamos na pousada aproximadamente às 17hs – pedimos lanche pra todos na pousada mesmo no “Marcio Lanches” delivery que nos atendeu muito bem com hambúrguer.
Dia 2)
Passar o dia na Praia da Figueira: praia artificial (colocaram areia tipo praia mesmo), com um lagão ótimo para banho. É para passar o dia, então pode chegar a hora que quiser e ficar até às 17hs – leva 30min do Centro até lá.
Paisagem linda e lugar super agradável, onde dá pra se divertir e relaxar. Um tobogã muito bom fora do lago, que cai numa piscina – tem também um parquinho e piscininha para os pequenininhos. No lago tem bancos e mesinhas dentro d’água, uma tirolesa alta pra você descer e se jogar na água, além de caiaques e stand-up paddle que você usar quando quiser. Barzinhos que servem petisco e bebidas na “praia” e um restaurante que serve boas refeições (preços como na cidade).
Passamos um ótimo dia.
À noite demos uma volta na cidade.
Dia 3)
Flutuação no Rio da Prata – sair do Centro 1 hora antes do horário programado.
Complexo muito organizado e grande, com outras atividades (de turismo e negócios) além da flutuação. É a maior flutuação, e são aproximadamente 4 horas desde que você assiste às instruções até voltar pro almoço.
Depois das orientações e uma volta pra conhecer o Complexo, você embarca num jipe pra te levar até o início da flutuação, ali você faz uma pequena trilha e então chega no deck. Flutuação show de bola, com paradas pra sair da água, andar um pouco e continuar mais adiante. Chega a ser cansativo o tempo que você fica na água. Mais uma vez paisagens e natureza linda, imponente, águas cristalinas, muitos peixes de tipos e tamanhos diferentes. Aqui tem um diferencial (acho que é a flutuação que mais se vê, e tem mais pro final da flutuação) que é ter algumas nascentes embaixo d’água, que parecem vulcõezinhos. Um barato!
Aqui o almoço está incluído na atividade, e você é recebido com um “self-service” com comida caseira gostosinha. E depois pode curtir o redário o tempo que quiser – fecha às 16:30hs.
Dia 4)
Cachoeira do Rio do Peixe: sair do Centro 1 hora antes do horário programado pra atividade.
Fazenda com uma bela história (contada pelo guia que te acompanha), com muitos animais silvestres presentes / soltos na fazenda que fazem a alegria quando você chega lá até partir o passeio – macacos que vem comer na sua mão, araras, tucanos, etc…
Trata-se de um percurso em meio a uma natureza espetacular, com 2km de ida e 2km de volta (caminhos diferentes) e várias paradas no caminho. Além de beleza, aqui tem muita diversão porque as paradas têm tirolesas, trampolins, cavernas. É muito legal. Aprox. 4 horas de passeio total – e na volta você pode ir tirar fotos com as Araras Azuis que tem lá e são acostumadas a te fazer de galho para pousar pra fotos.
Tem um restaurante com almoço self-service bem gostosinho te esperando, incluído no valor da atividade – e depois, como sempre, o redário é todo seu até as 16:30hs.
Dia 5)
Gruta do Lago Azul: sair do Centro 1 hora antes do horário programado.
Atração dura 1:20h, rápida, sem direito a banho. É um ícone em Bonito, pela beleza, particularidade e foi aqui que o turismo começou na região. Vale tentar pegar um horário cedo (até às 10hs) porque é quando é melhor ver a cor azul do lago pela incidência do sol – época ideal é de dezembro a fevereiro (mais uma vantagem desse período).
Único dia que combinamos 2 atividades, já que estávamos liberados da Gruta às 10hs.
Eco Park Porto da Ilha: lugar pra passar o dia, fica a 30min do Centro.
Nesse Parque você pode passar o dia e curtir a infraestrutura do local desde que você faça uma atividade lá. Nós fizemos o passeio de bote nas corredeiras.
O Parque é ótimo pra curtir o Rio Formoso, foi muito bom o tempo que passamos por lá.
O passeio de bote foi divertido porque tínhamos todo nosso grupo num bote e foi muita bagunça. Mas não espere um “rafting” porque de fato não é. É mais um passeio de bote do que uma aventura, ainda que tenha sim umas descidinhas legais.
Dia 6)
Passar o dia no Parque Ecológico Rio Formoso: lugar pra passar o dia, fica a 15min do Centro.
Aqui você paga pra passar o dia, mas vale a pena fazer uma atividade já que ela é um pouco mais caro que a entrada e também te dá direito a passar o dia lá.
Lugar bonito, mas pequeno. Um lago artificial bom pra nadar, com uma boa tirolesa (não alta), e caiaque e stand-up-paddle à disposição.
Atividades feitas:
– Pequenos: trilha Formoso Adventure = tirolesa gigante, arvorismo do bom, e flutuação. 2 horas de aventura que eles adoraram.
– Maioria dos adultos: boia-cross = cada um desce corredeiras numa boia individual. Todos que foram se divertiram muito.
– 1 Adulto (esse que vos escreve aqui): cavalgada por uma trilha ótima, com parada para banho de rio.
Foi uma ótima tarde – esse foi dia de acordar tarde (sempre tem o “Lasy day”), e só sair do hotel pra ir almoçar já lá no Parque.
Dia 7)
Boca da Onça: sair do Centro 1 hora antes do horário programado.
Nessa atividade de dia inteiro, você chega e é recebido com café da manhã. E então, tipo 1 hora depois do horário que você tem marcado, sai de fato o jipe pra te levar pro início da trilha. A trilha tem total de 4km, e o lugar tem cada parada muito legal pra curtir natureza. Acaba sendo menos divertido / agradou menos às crianças porque aqui não tem tirolesa, saltos, etc. é mesmo curtir a imponente e linda natureza.
Destacaria a cachoeira Boca da Onça, a mais alta da região (que estava com muito pouca água nessa nossa ida, a seca lembra…) e a cachoeira Buraco do Macaco, que é um túnel que você atravessa pra chegar numa caverna com uma clareira… Bom, só vendo/ estando lá mesmo pra ter noção.
Passeio dura umas 4 horas, e na volta um almoço self-service te espera – o local fecha às 17hs.
Dia 8)
Dia de voltar
Sair cedo de Bonito, viagem tranquila até o aeroporto de Campo Grande (3 horas e meia) e voo pro Rio de Janeiro.
Pra quem gosta de natureza, Bonito é sensacional. E com amigos então!
Muito obrigada Marcio por compartilhar esta viagem maravilhosa com a gente. Ficou ótimo o post, adorei esse roteiro de 8 noites em Bonito, as dicas e o sumário executivo rsrs!! Bonito está na nossa top list de viagens pelo Brasil! Queremos muito conhecer! Que lugar lindo!
Até a próxima pessoal!