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Mais um guest post da Karina para blog, o relato da viagem à Patagônia em janeiro de 2020, um roteiro em família pela Patagônia argentina e chilena, incluindo Punta Arenas, Torres del Paine, El Calafate, Perito Moreno e Puerto Natales.

Adorei todas as dicas porque a Patagônia também está nos nossos planos, será o nosso destino em janeiro de 2023, já estamos no clima!

Vamos ao relato da Karina:

Patagônia em Janeiro

Em 2018 fizemos uma viagem fantástica para conhecer o Chile. Foram 15 dias de Santiago a Puerto Varas, muitos e muitos quilômetros entre lagos, vinhedos e vulcões.

Já compartilhamos a experiência aqui no blog. Aquela viagem deixou um gostinho de quero mais, pois chegamos até a porta da Patagônia, mas nossas férias foram curtas para explorar a região. Voltei ao Brasil com a sementinha da próxima viagem e esse relato é a partilha dessa aventura pela Patagônia Chilena e Argentina, tendo a cordilheira como cenário. Minitrekking no Glaciar Perito Moreno, caminhadas no Parque Natural Torres del Paine, visita à ilha dos Pinguins (Isla Magdallena) entre outras aventuras. Agradeço demais as dicas da Helen, do Blog Ninho de Jiripoca, que me inspirou com o seu roteiro. A parte mais difícil desse relato foi escolher as fotos, pois nessa viagem era uau, atrás de uau…cada cenário fantástico que meu Deus!!!

Patagônia

Começando com as dicas:

Dica 1: Se você quer visitar o Parque Nacional Torres del Paine (Chile), reserve a hospedagem antes, para conseguir diárias mais baratas. Ficamos, no Vale Rio Serrano, na Pousada Konkashken Lodge, bem na entrada do Parque. Ficaríamos lá novamente, o lugar é lindo, cheio de paz, os lodges são bem aconchegantes com um pequeno fogão para preparar refeições rápidas.

Dica 2: Se você for fazer a travessia de carro alugue logo o carro, quanto mais perto da viagem, mais caro. Alugamos um Ecosport, foi excelente, as estradas são boas, asfaltadas e com alguns trechos de rípio (pedra/brita).

Muita atenção na viagem do Chile para El Calafate, pois na ida o Google Maps te manda para uma estrada de rípio, muito bonita, cheia de nandus e guanacos, mas é no meio do nada, sem sinais de civilização. Por isso faça a rota para passar por Esperanza, assim você vai sempre pelo asfalto e também com belos cenários.

Patagônia

A travessia entre países não é um bicho de sete cabeças, fique atento só à documentação necessária para fazer a travessia. Nós mandamos toda a documentação pedida pela locadora e confiamos que estava tudo certo. Quando chegamos na locadora, nada feito! A nossa sorte é que ficamos em Punta Arenas dois dias (já programados), tempo suficiente para prepararem a papelada – nos custou pouco mais de 100 dólares. Por isso, mande a documentação e quando estiver perto da viagem, confirme se está tudo certo.

Outra coisa importante: na saída do Chile fique atento ao Posto fronteiriço chileno. Chegando lá você vai fazer o controle migratório e a aduana. Depois atravessa uma cancela, segue alguns quilômetros e já vê o Posto do Controle migratório da Argentina. O procedimento é o mesmo. No nosso caso foi rápido. Na volta a saída da Argentina também é rápida, mas o ingresso no Chile um pouco mais chatinho e demorado, pois eles passam a bagagem pelo raio x. Se fizéssemos a viagem de novo, faríamos de carro outra vez, pois nos deu muita mobilidade e conforto e com crianças isso é muito importante.

Dica 3: Ingressos – nós arriscamos e não compramos nenhum ingresso antes da viagem. O lado bom? Economizamos no valor dos ingressos. O lado ruim, o risco de não conseguir os ingressos. Graças a Deus deu tudo certo. O único passeio que quase não pegávamos (conseguimos para o último dia), foi o minitrekking no Glaciar Perito Moreno, que era um dos principais passeios. Por isso, talvez seja melhor comprar antes. Para comprar os ingressos, seja antes da viagem ou em Calafate, evite atravessadores e compre diretamente na concessionária que faz os passeios: A Hielo & Aventura para fazer o trekking ou minitrekking, e a Solo Patagonia para fazer a navegação pelo canal Upsala e Spegazzini.

Minitrekking Perito Moreno

Roteiro de 16 dias pela Patagônia

Dia 1 – 04/jan: Saída Recife / Santiago

Dia 2 – 05/jan: Santiago (Trocar dinheiro, Vinícola Concha y Toro, e Parque Bicentenário)

Dia 3 – 06/jan: Santiago / Punta Arenas

Dia 4 – 07/jan: Punta Arenas (Isla Magdalena e Reserva Nacional Magallanes)

Dia 5 – 08/jan: Punta Arenas / Parque Nacional Torres del Paine (Trilha Lago Grey)

Dia 6 – 09/jan: Parque Nacional Torres del Paine (Trilha do Mirante de Los Cuernos e passeio no parque)

Dia 7 – 10/jan: Parque Nacional Torres del Paine / El Calafate (travessia para a Argentina) – trocar dinheiro, comprar ingressos e centrinho

Dia 8 – 11/jan: El Calafate (Laguna Nimez / Punta Walichu)

Dia 9 – 12/jan: El Calafate (Estancia 25 de Mayo / Glaciarium / Costanera lago Argentino)

Dia 10 – 13/jan: El Calafate (Perito Moreno – passarelas e Intendência)

Dia 11 – 14/jan: El Calafate (Perito Moreno – Safari Náutico e Minitrekking)

Dia 12 – 15/jan: Retorno Puerto Natales (Cueva del Milodon)

Dia 13 – 16/jan: Puerto Natales / Punta Arenas (Navegação Glaciares Balmaceda e Serrano)

Dia 14 – 17/jan: Punta Arenas / Santiago (Zona Franca de Punta Arenas e Centro – Museu Salesiano)

Dia 15 – 18/jan: Santiago (Parque Florestal / Parque Metropolitano – Funicular e Teleférico / Parque dos Monumentos / Costanera)

Dia 16 – 19/jan: Santiago / Recife

Roteiro dia a dia pela Patagônia

Dia 1 – Viagem de Recife para Santiago

Nosso voo foi direto, entretanto chegamos num horário péssimo, de madrugada. Contratamos um transfer para o centro de Santiago antecipadamente, mas você pode comprar diretamente nos guichês do aeroporto, cerca de 20.000 pesos.

Dia 2 – Santiago – Trocar dinheiro, Vinícola Concha y Toro e Parque Bicentenário

Gostamos de nos hospedar no Amistar Apartments (reserva Booking), preço bom, bastante funcional, com cozinha, bem localizado próximo a padaria e a supermercados.

Aqui faço uma observação: em épocas de protesto, recomendo ficar em outra região distante do centro, passamos um pequeno perrengue no nosso último dia pois nos vimos, de repente, no meio de uma manifestação. Além disso, o centro está bem escuro a noite pois a iluminação publica foi bastante danificada, bem como os semáforos, bancos…melhor ficar próximo ao Shopping Costanera enquanto a situação não se normalizar.

Ressalto que não se trata de ser perigoso, no sentido de violência e assaltos, circulamos muito bem pelo centro durante o dia, estava bastante movimentado, o ruim é no final de tarde e à noite.

Trocamos dinheiro na Rua Agustina e fomos visitar a vinícola Concha y Toro. Pegamos um UBER e ao chegar lá compramos os ingressos. Fizemos o tour tradicional com degustação de três vinhos e ganhamos de brinde uma taça. Custou 36.000 pesos para dois adultos, as crianças não pagam. Caso queira a reserva pode ser feita antes no site da vinícola:

Tour Vinícola Concha y Toro

Santiago. Chile

Não costumamos comprar vinhos nas vinícolas, já que são bem mais caros, ao final da viagem vá ao Jumbo que fica no Costanera Shopping, lá tem uma excelente oferta de vinhos e um preço bom, dessa vez, inclusive, tinha uma vendedora na área dos vinhos que era brasileira e ficava só dando recomendações e tirando dúvidas. Achamos ótimo.

Ao sair da vinícola pegamos o UBER até a estação de metrô mais próxima e fomos para o Costanera Center, almoçamos por lá e, em seguida, fomos passear no Parque Bicentenário – um lugar que adoramos. Estava um dia bem agradável e como era final de semana as famílias estavam curtindo o parque. Aproveitamos para provar o tal do “mote” que é uma bebida tradicional, sem álcool, feita com pêssego e trigo mote (trigo sem casca, amarelo e redondo) achamos doce demais para o nosso gosto, mas vale a pena provar. Depois de um dia bem aproveitado, apesar do cansaço da viagem, seguimos para nosso Flat, jantar e descansar para começar a viagem de verdade!

Santiago, Chile
Santiago, Chile

Dia 3 – Santiago / Punta Arenas

Nossa viagem para Punta Arenas foi pela Jet Smart. Já havíamos voado pela SKY no Chile e devo dizer que gostamos mais dela do que da Jet Smart. Primeiro: o atendimento no balcão não foi dos melhores, nos fizeram pagar pela mala da mão, que era minúscula, mas em formato de mala, enquanto víamos do nosso lado mochilas gigantes passando. Segundo: o nosso voo de volta estava previsto para retornar as 09:30h da manhã e, uns dez dias antes, mudaram para as 23:30h. Quando reclamamos disseram que poderíamos receber o dinheiro de volta, entretanto, as passagens já estavam muito mais caras.

Chegamos em Punta Arenas e pegamos nosso carro no desembarque. Alugamos na Hertz, pela Rentalcars.com. No primeiro dia demos um passeio pelo centrinho e nos informamos sobre a compra do passeio de barco para a Isla Magallanes.

Puntas Arenas, Chile

Recomendo hospedagem na Cabaña Las Heras, casa confortável para uma família de quatro, bem equipada, limpa e quentinha, os proprietários são muito simpáticos e atenciosos e nos deram dicas de restaurantes.

Os dois restaurantes que recomendamos em Punta Arenas são o La Luna e o El Arriero, no primeiro comemos frutos do mar, inclusive a tradicional torta de centolla e no segundo uma típica parrilha. Tudo divino. A comida no Chile estava bem mais cara que na Argentina, enquanto na Argentina a refeição para quatro com bebidas saía por pouco mais de 180 reais, no Chile sempre saía por cerca de 350 reais.

Dia 4 – Punta Arenas: Isla Magdalena e Reserva Nacional Magallanes

Nosso primeiro passeio programado era para ir até a Isla Magdalena para ver os pinguins. As meninas estavam sonhando com uma ilha cheinha de pinguins. Pegamos o carro e fomos diretamente para o Embarcadero Tres Puentes de onde saía a embarcação. Ouvi dizer que tinha um passeio mais turístico em catamarã e esse outro, mais barato. Fomos muito cedinho pois ainda íamos comprar os bilhetes e o barco saía as 8h. São duas saídas por dia, a outra é as 15h. Você pode comprar o ingresso pela internet, no site da Tabsa, custam 55.000 pesos adulto, e 27.500 pesos criança. De lá também saem barcos para outros destinos, entre eles Porvenir e Puerto Williams. O ticket já é vendido com o ingresso da ilha.

Puntas Arenas, Chile

O passeio é de cerca de 4 horas que passam voando. Uma rica vida marinha nos distraí durante todo o trajeto, golfinhos (teve um que deu 14 saltos na nossa frente), leões marinhos, pinguins, aves diversas, um verdadeiro espetáculo da fauna. Passamos pouco mais de uma hora na ilha, realmente parece que você está dentro de um desenho animado. Dá vontade de parar e ficar olhando a maneira como os pinguins interagem, como se organizam, como os pais cuidam e alimentam as crias, os rituais de namoro. As gaivotas são um espetáculo à parte. Foi pouco tempo, eu passaria fácil uma manhã inteira ali. Uma experiência única.

Puntas Arenas, Chile
Puntas Arenas, Chile

A tarde visitamos a Reserva Nacional Magallanes, pois amamos fazer trilhas. A Reserva fica em umas colinas próximas à Punta Arenas, estávamos de carro e foi muito fácil chegar. O parque tem muitos mirantes que dão uma vista linda da cidade e do mar. A entrada custou 10.000 pesos, adulto 4.000 e 2.000 a criança, nossa filha menor não pagou. Fizemos duas trilhas, uma que demorou meia hora e a outra que demorou uma hora, mas quem tiver tempo pode passar o dia todo lá.

Puntas Arenas, Chile

Se prepare para pegar bastante vento em alguns trechos e para ter a sensação de estar entrando em um bosque encantado em outros momentos. O frio passa rapidinho com alguns minutos de caminhada.

Puntas Arenas, Chile

A noite demos um passeio pelo centro de Punta Arenas e pela Praça Munõz Gamero, onde cumprimos a tradição de passar a mão no pé do índio, que fica no Monumento feito ao português Fernão de Magalhães – que descobriu a passagem entre o Atlântico e o Pacífico pelo estreito que leva seu nome. Segundo a tradição quem beija o pé do índio volta a Punta Arenas, para nós tocar já foi suficiente. Visitamos a Igreja matriz que também fica na praça, ficamos por ali olhando um pouco as pessoas do lugar e seus hábitos e depois fomos para nosso hotel, para arrumar as malas pois logo cedo sairíamos para Torres Del Paine.

Puntas Arenas, Chile

Dia 5 –  Parque Nacional Torres del Paine: Trilha Lago Grey

Patagônia

A Ruta 9, estrada que liga Punta Arenas a Puerto Natales é muito boa, com paisagens belíssimas pelo caminho, não é tão deserta como imaginávamos. São cerca de 250 quilômetros, que fizemos em aproximadamente três horas. Os carabineiros nos pararam duas vezes, até estranhamos um pouco, pois na nossa viagem anterior rodamos mais de 3000 km pelas estradas do Chile e nunca fomos parados. Dessa vez, acho que devido aos protestos e ao momento político no país, o controle estava maior.

Mas não houve nenhum problema, os policiais sempre muito educados, olhavam nossos documentos e o do carro, faziam um registro e nos liberavam. Como saímos muito cedo as meninas foram dormindo e não paramos pelo caminho. Somente em Puerto Natales paramos para abastecer, almoçar e passar na Agencia de Turismo 21 de Mayo para comprar um passeio de barco que faríamos na volta pelos Glaciares Balmaceda e Serrado.

Patagônia

Depois do almoço seguimos viagem para Torres del Paine. A viagem é supertranquila, com alguns trechos em rípio, mas a maioria dos cerca de 80 quilômetros de estrada de Puerto Natales a Torres del Paine, é asfaltada. Fizemos o percurso em cerca de uma hora e meia, pois ficamos parando pelo caminho para tirar fotos.

A estrada é tão tranquila que algumas pessoas que vão conhecer Torres del Paine ficam hospedadas em Puerto Natales pois a hospedagem no parque é um pouco cara. Como já disse, nós ficamos na entrada do Vale Serrano, na Pousada Konkashken Lodge. Amamos nossa escolha e ficaríamos lá outra vez, fica pertinho da Guarderia Serrano, uma das entradas no Parque. Se você puder fique ou dentro do parque ou no seu entorno.

O ingresso para o Parque pode ser comprado em qualquer uma das diversas entradas para o Parque e é válido por três dias. Custou para nós quatro 62.500 pesos (dois adultos e duas crianças) A região é famosa pelas trilhas. Pessoas do mundo todo vêm fazer o famoso circuito W. Nós, com duas crianças, uma de dez e a outra de treze, nos contentamos com a trilha do Lago Grey e com a Trilha do Mirante dos Cuernos, que são bastante tranquilas. No primeiro dia fomos logo para a trilha do lago Grey. Você tem a opção de fazer a navegação pelo lago para ver o Glaciar Grey de perto, mas achamos muito cara e como já haviamos marcado outra navegação, pulamos essa parte. Os ingressos podem ser comprados pelo site: Lago Grey Ingressos.

Patagônia

Para fazer a trilha do Lago Grey você sai da sede administrativa e segue de carro por cerca de 18 quilômetros até o estacionamento da Guarderia Grey. Demos uma passada no restaurante do hotel que fica às margens do lago para termos uma bela vista do lago com a geleira ao fundo. Depois fomos de carro até o início da trilha. O acesso é facil e a trilha se inicia partindo de uma ponte suspensa sobre o rio.

Torres del Paine, Patagônia
Torres del Paine, Patagônia
Torres del Paine, Patagônia
Torres del Paine, Patagônia
Torres del Paine, Patagônia

A trilha passa pelo lago e segue até o Mirador do lago Grey. A caminhada não é difícil, o único problema aqui é o vento, mas se prepare, pois, Patagônia é sinônimo de vento, literalmente é onde o vento faz a curva!

A caminhada é tranquila e nos dá uma ideia da beleza do parque. É muito impactante ver uma geleira pela primeira vez. O contraste do azul dos icebergs (tempanos) no lago é de tirar o fôlego, uma paisagem diferente.

Torres del Paine, Patagônia

Depois dessa trilha e como ainda tinha sol (vantagem de fazer esse passeio no verão), fomos visitar o Centro Administrativo, que fica na frente de outro lago – El Toro, onde podemos ficar contemplando as aves que estavam nadando no lago. Lá também tem um pequeno museu e um mapa em relevo, onde podemos nos localizar e ter uma ideia do parque todo. Como nós teríamos um dia e meio já havíamos decidido fazer a trilha do lago Grey nesse meio dia e a outra trilha e demais pontos do parque no dia seguinte.

Torres del Paine, Patagônia

Dia 6 – Parque Nacional Torres Del Paine: Mirador Cuernos e passeio pelo parque

Iniciamos nossa trilha em busca do Salto Chico, uma pequena cachoeira que se forma na ligação do lago Pehoe com o lago El Toro. É tudo tão bonito que por mais que eu tente descrever não vou conseguir. A cor dos lagos é uma variação entre turquesa e esmeralda. O cenário realmente é idílico, o contraste dos cumes com neve, das lagos, do verde da grama pintadinha de flores, nos faz imaginar que o paraíso deve ser daquele jeito.

Torres del Paine, Patagônia

Não contratamos guia para nenhum dos nossos passeios e, se você estiver de carro, realmente não é necessário, o mapa que dão na entrada do parque é muito bem sinalizado, com indicação de onde estão as trilhas, onde estão os mirantes, onde estão as paradas para banheiro. O importante é você definir o que quer ver. No nosso caso, decidimos fazer duas trilhas a pé e os demais deslocamentos de carro. Fique atento apenas para o seu tanque de combustível, pois o posto de gasolina mais próximo fica em Puerto Natales. Dessa forma, não visitamos a Laguna Azul, que ficava muito distante do nosso hotel, fomos somente até a Laguna Amarga e voltamos.

Torres del Paine, Patagônia
Torres del Paine, Patagônia
Torres del Paine, Patagônia

Iniciamos nossa trilha para o Mirador Cuernos com um céu muitíssimo nublado, pensamos em desistir por várias vezes pois parecia que o céu ia cair sobre nossas cabeças, mas seguimos com fé e tivemos muitas surpresas agradáveis pelo caminho. Pelo caminho passamos pelo Salto Grande – que liga o lago Nordenskjold ao Lago Pehoe e encontramos com uma família de guanacos que pastava livremente.

Torres del Paine, Patagônia
Torres del Paine, Patagônia
Torres del Paine, Patagônia
Torres del Paine, Patagônia

Super recomendo essa trilha, bem demarcada, de fácil acesso, cruzamos com pessoas de todas as idades fazendo a caminhada. Ao chegar ao final da caminhada ficamos um tempinho observando aquela maravilha da natureza. Tinha só mais dois casais lá em cima e adivinha: todos brasileiros. Depois da trilha nossa ideia era almoçar na Hosteria Pehoe, que fica às margens do Lago Pehoe. Entretanto, chegamos lá as 15:30 e o restaurante tinha fechado as 15h e só abriria novamente para o jantar. Ficamos um pouco desapontados, mas como havíamos feito um lanchinho não estávamos famintos. Portanto, fica a dica, se você quiser comer nessa Hosteria chegue antes das 15h.

Outra dica é levar sempre snacks na mochila, sanduiches, frutas, frutos secos. Para fazer as trilhas precisamos de energia e no Parque não existe supermercado nem nada equivalente. Não esqueça de fazer suas compras antes de chegar lá!

Torres del Paine, Patagônia

O restante do dia passou voando, vimos lagos, mirantes, aves, guanacos, cisnes da cabeça preta… não vou detalhar para vocês cada um dos locais para o relato não ficar muito grande pois ainda nem estamos na metade da viagem… só deixo mais uma dica: cuidado com o vento, quando ele estiver muito forte e você estiver em um lugar alto, se abaixe e espere melhorar, mantenha-se sempre aquecido com o pescoço protegido e atenção ao abrir as portas do carro pois o vento as vezes empurra com muita força e pode bater em algum carro que esteja ao lado. Nos despedimos com saudades de Torres Del Paine, quem sabe a gente volta outro dia!

Patagônia
Patagônia
Patagônia

Dia 7 – Saída para El Calafate

Acordamos cedinho para pegar estrada para El Calafate, na Argentina. Antes de ir passamos na Cueva del Milodon que é um Monumento Natural criado para preservar uma caverna onde foram encontrados fósseis do Milodon (preguiça gigante), que viveu na Patagônia há milhares de anos atrás. Íamos dar só uma passada rápida, mas acabamos fazendo duas das três trilhas existentes. Gostamos muito pois vimos um lindo casal de picapaus-de-cabeça-vermelha, campos floridos e usamos a imaginação para ver imagens nas pedras e para pensar em como vivia o homem pré-histórico naquelas cavernas.

O Monumento Natural Cueva del Milodon fica na Y-290, 55km antes da Guarderia Serrano, os ingressos para nós quatro custaram 20.000 pesos chilenos.

De lá passamos em Puerto Natales para abastecer e seguir viagem rumo a Argentina (via Villa Cerro Castillo). Já falei um pouco sobre a travessia para a Argentina, o controle da fronteira e da aduana são tranquilos, tanto no Chile, quanto na Argentina. Demos sorte de não ter nenhum ônibus passando quando fomos e voltamos. São cerca de 270km de estrada, que fizemos em cerca de 4h, por causa das paradas. Demorou mais também pois, como eu já falei, o Google Maps nos mandou num trecho de estrada de ripio, por isso, ATENÇÃO, quando você fizer a travessia pegue a estrada que passa por Esperanza, mesmo que o Maps diga para você ir por outro caminho… a não ser que você seja daqueles muito aventureiros mesmo e queira passar uma hora mais ou menos andando no meio do nada. Nós fizemos isso, rs. Se prepare para quilômetros e quilômetros no meio do nada, guanacos, raposas e nandus como companheiros de viagem e um verdadeiro mundão a sua frente!!

Patagônia
Patagônia

Em Calafate nos hospedamos na Cabanas Nevis. Recomendo demais essa hospedagem pois é muito central, fica na rua principal, perto de uma padaria maravilhosa, de um supermercado e de um açougue! Tudo o que precisávamos. Fomos muito felizes por cinco dias na nossa casinha na Argentina. Outra coisa que nos deixou muito animados foi o preço das refeições. Enquanto no Chile gastávamos cerca de 350 reais por refeição para os quatro, na Argentina gastávamos cerca de 180 reais. Nosso dinheirinho estava valorizado aqui.

Hospedagem em El Calafate
Hospedagem em El Calafate

Ao chegarmos fomos logo bater pernas na Avenida Libertador: trocamos dinheiro nas casas de câmbio da rua principal (o real estava valendo 16 pesos argentinos), fomos comprar nosso passeio principal, o minitrekking no Glaciar Perito Moreno, diretamente na concessionária Hielo e Aventura. Não fizemos a navegação dos glaciares, apenas o Safari Náutico – que já estava incluído no minitrekking – pois já iriamos fazer outra navegação em Puerto Natales, mas me arrependi.

No primeiro dia jantamos na La Lechuzzita, ahhhhh a carne argentina! Realmente não tem igual, devo confessar que passamos muito, muito bem gastronomicamente falando em El Calafate, a opção de restaurantes é imensa e, quando estávamos cansados, passávamos no açougue e comprávamos carne, junto com um bom vinho e azeitonas argentinas.

Depois do jantar ainda demos uma passeada para nos ambientarmos. Realmente é de impressionar como, no meio do nada, surge uma cidade como El Calafate, pulsante, cheia de turistas, gente do mundo todo, sotaques e jeitos de ser tão diversos. Parecia uma festa nas ruas, mas era só época de verão e estava bem quentinho…em alguns dias pegamos 24 graus, um calorão comparado aos 8 graus do Chile.

Dia 8 – El Calafate

Começamos o dia visitando a Laguna Nimez, uma reserva natural que fica pertinho do centro de El Calafate. Meu marido é observador de aves, então um lugar assim para ele é o paraíso. A trilha contorna a lagoa e a reserva fica na frente do lago Argentino. Uma caminhada que duraria cerca de duas horas para nós levou a manhã inteira, patos, flamingos, aves diversas…além disso o local é lindo, cheio de flores e muito vento!

Patagônia
Patagônia
Patagônia

Almoçamos no restaurante La Lechuzza, na rua principal e seguimos nosso passeio para conhecer um sitio paleontológico que fica pertinho de El Calafate e se chama Punta Walichu. Fica às margens do Lago Argentino, um lugar cheio de paz e de história, achamos bem interessante, principalmente por ficar tão perto do centro.

Logo na entrada eles dão uns fones de ouvido com a narração da história do lugar e dos povos que por ali passaram e vai dando a indicação nas pinturas rupestres que ali se encontram, bem como falando de outras inscrições rupestres encontradas em outros sítios arqueológicos e seus significados. O ingresso para nós quatro custou 1.600 pesos argentinos.

Patagônia
Patagônia

Na volta paramos na entrada da cidade para tirar uma foto no Pórtico Principal, com a bandeira de El Calafate. O nome da cidade tem origem em uma frutinha que fica roxa quando madura e se encontra em todo lugar nos arredores da cidade. Antigamente a planta era utilizada para calafetar os barco, daí o nome. As meninas não podiam ver um pezinho de calafate que corriam para comer aquela frutinha viciante, rsrsrs. Olha elas aí comendo calafate.

El Calafate, Argentina
El Calafate, Argentina
El Calafate, Argentina

Dia 9 – El Calafate: Estancia 25 de Mayo, Glaciarium, Costanera 

Uma das coisas que queríamos fazer em El Calafate era visitar uma Estância, a mais famosa da região é a Estância Cristina. Tem passeios saindo de El Calafate para passar o dia inteiro lá, mas como a grana já não estava sobrando e também não queríamos passar o dia inteiro nesse passeio, nós resolvemos ir por conta própria para a Estância 25 de Mayo, que fica dentro de El Calafate. Ao colocar a localização no Google Maps, ele nos leva a um estacionamento de um Hotel. Fui na recepção perguntar e eles me explicaram que o Hotel faz parte da estância, na verdade ele foi criado depois. A simpática recepcionista nos indicou o local para estacionar. Chegamos cedinho, sorte nossa pois acho que a visita começa por volta das 9h. O ingresso para nós quatro custou 5.800 pesos argentinos, com almoço incluído.

El Calafate, Argentina

O passeio começa com uma conversa ao redor da fogueira, para tomar chimarrão e café feito ao estilo tropeiro, bem interessante. Foi servido chá, café, uns bolinhos e depois seguimos para ver a tosquia das ovelhas, minhas filhas amaram. Aprendi que a tosquia da ovelha é necessária, pois, segundo o tosquiador, por mês o peso cresce um centímetro, e se não for tosquiada uma vez por ano, depois de 12 meses as ovelhas teriam muita dificuldade para aguentar o seu peso e provavelmente não conseguiriam se deslocar para comer. Depois da tosquia damos uma pequena caminhada na estância ao longo de um rio, onde é servido uma bebida que se assemelha ao nosso quentão, com umas torradas com carne de ovelha.

Em seguida, visitamos a horta e seguimos para a casa grande onde é servido o almoço. A manhã passou depressa, uma experiência bem agradável. O almoço bem gostoso, com entrada, prato principal – um legitimo cordeiro da patagônia – e sobremesa.

El Calafate, Argentina
El Calafate, Argentina

Seguimos depois para visitar a Intendência do Parque Nacional Los Glaciares, que é a sede do Parque Nacional localizada no centrinho de El Calafate. O lugar é bem agradável, cheio de roseiras e um jardim bem cuidado, algumas estátuas de Perito Moreno estão espalhadas ao longo dos jardins, contando a história do famoso explorador da Patagônia que teve seu nome gravado em um dos mais famosos Glaciares da região. Um passeio rápido. Depois seguimos para visitar o Glaciarium. Muita coisa para ver, ainda bem que estamos no verão e os dias rendem muito!

El Calafate, Argentina
El Calafate, Argentina
El Calafate, Argentina

A visita ao Glaciarium é bem interessante e informativa. Se você puder faça a visita antes de ver os glaciares pois assim você vai entender um pouco da história e da maneira como eles se formam. Além das maquetes e de muitos quadros informativos, existem alguns jogos interativos e dois filmes bem legais para ver, sendo um deles em 3D (falando sobre El Chalten) e o outro falando sobre o Glaciar Perito Moreno.

No Glaciarium existe também um bar gelado, mas acabamos não indo pois estávamos de carro e ainda queríamos dar um passeio pela Costanera de El Calafate. Os ingressos para nós quatro custaram 2.200 pesos argentinos.

Seguimos direto do Glaciarium para passear na Costanera de El Calafate, pelas margens do Lago Argentino. O cenário é tão bucólico que parece que estamos em um filme… o lago daquela cor esmeralda fantástica, cheio de flores ao redor, montanhas ao fundo. Fomos até onde a estrada de asfalto acabava e seguimos pela estrada de terra, parando aqui e ali para comer calafates, ver as flores, os flamingos, sem pressa… depois voltamos para as meninas brincarem um pouco nos parquinhos. O dia rendeu muito, na volta passamos no supermercado compramos vinho, bife de ancho, azeitonas, batatas e fomos para nossa casinha desfrutar de um delicioso e merecido jantar. De sobremesa muitas e muitas cerejas!

Patagônia
Patagônia
Patagônia

Dia 10 – El Calafate: Glaciar Perito Moreno

Finalmente chegou o dia de conhecermos o Glaciar Perito Moreno. Como estávamos de carro decidimos ir duas vezes para o Glaciar, um por conta própria e o outro com a agência Hielo e Aventura, que nos levaria para o minitrekking. Foi a melhor decisão pois indo pela agência ficamos muito engessados ao tempo deles e nós queríamos ter o nosso tempo para contemplarmos aquele paredão de gelo e para passearmos pelas passarelas.

A estrada para chegar ao Glaciar é ótima, do nosso hotel até lá foram cerca de 80 quilômetros. Você não precisa contratar uma agência para ir, pode simplesmente contratar um táxi e ficar mais livre em relação aos horários.

Ver o Glaciar pela primeira vez é realmente impressionante, já pelo caminho a gente quer parar a todo instante para tirar fotos, mas segure sua ansiedade, das passarelas você terá excelentes ângulos.

Glaciar Perito Moreno

O ingresso para o glaciar foi 800 pesos argentinos, por pessoa , se você for por dois dias, nosso caso, você paga mais 50%, ou seja, fica 1200 pesos. Na entrada do parque você já se depara com vários funcionários que vão até seu carro e vendem o ingresso. Ao passar o portal de acesso te direcionam para um estacionamento, e de lá saem ônibus que vão até um restaurante que fica bem no inicio das passarelas. Tudo muito tranquilo. No dia em que fomos com a agência fomos direto para o restaurante.

Glaciar Perito Moreno
Glaciar Perito Moreno
Glaciar Perito Moreno

Logo na descida do ônibus tem um quiosque que vende a navegação para chegar perto do Glaciar. Nós já iríamos fazer a navegação por um lado no dia do minitrekking, mas me arrependo de não ter feito pelo outro lado. Então se você fizer como nós e visitar o Glaciar dois dias, no primeiro dia em que for passear pelas passarelas faça também a navegação que visita o outro lado, pois você passará ao lado dos icebergs e eles são muito bonitos. Ainda tentamos comprar a que saía às 15:45, mas não deu tempo, enfim…fica a dica!

Glaciar Perito Moreno

Passeamos umas quatro horas pelas passarelas, parece muito? Ali o tempo voa quando ficamos olhando os pedaços do glaciar se romperem e despencarem, fazendo um barulho gigante que parece o estrondo de um trovão. Você fica sempre na expectativa de ver um pedaço maior cair. Se prepare para tirar fotos, muitas fotos!

O passeio é bem tranquilo e existem muitos mirantes para observar o glaciar de vários ângulos diferentes. Nós levamos nosso lanchinho e fizemos piquenique nos bancos olhando o Perito Moreno. As passarelas são muito bem sinalizadas e as trilhas também.

Glaciar Perito Moreno
Glaciar Perito Moreno
Glaciar Perito Moreno
Glaciar Perito Moreno

Depois de ver o Glaciar demos uma voltinha pelo centrinho de El Calafate, vendo os pontos turísticos indicados no mapa, a primeira casa, a Prefeitura, as pracinhas, uma ponte cheia de cadeados, o clima estava muito agradável, o dia ensolarado, a cidade tem uma energia ótima, crianças brincando na pracinha, flores nos jardins, aquela sensação de férias! No dia anterior havíamos feito reserva no Restaurante Isabel e seguimos do passeio direto para o jantar. A comida é boa, o ambiente agradável e o preço também é bom. Aprovamos!

El Calafate

Dia 11 – El Calafate: Glaciar Perito Moreno, Safari Náutico e Minitrekking

Finalmente chegou o dia de fazermos nosso minitrekking pelo Glaciar Perito Moreno. O ônibus passou para nos pegar às 11 horas, conforme previsto. Ao chegar no parque tivemos cerca de uma hora e meia livre para passearmos nas passarelas, ainda bem que já havíamos passeado bastante no dia anterior pois senão ficaríamos com o gosto de quero mais. O valor do minitrekking foi 32.800 pesos argentinos, nesse valor incluído o traslado para o parque.

Idade permitida: 10 e 65 anos.

De lá nos levaram para embarcarmos no Safari Náutico, que na verdade é apenas a travessia para chegarmos perto do Glaciar, bem emocionante ver aquela imensidão branca mais de perto.

Glaciar Perito Moreno

Ao chegar ao outro lado recebemos algumas explicações e começamos a caminhar em direção ao Glaciar (não esqueça suas luvas, item indispensável), em seguida colocamos o capacete e prendemos os grampos nos sapatos, vai começar a aventura!

Confesso que dá um friozinho na barriga sem saber se a gente vai conseguir se equilibrar naquele negócio, mas dá tudo certo sim! As meninas tiraram de letra, melhor até do que eu, que sou mais medrosa. Os guias orientam bem e seguem sempre ao nosso lado. Achei o passeio bastante seguro!

Minitrekking Perito Moreno
Minitrekking Perito Moreno
Minitrekking Perito Moreno

Realmente vivemos uma experiência única em família, realizamos um sonho. A caminhada dura cerca de uma hora, com algumas paradas para beber água do Glaciar, tirar fotos. O dia não ajudou e em alguns momentos choveu (como estávamos com roupa de neve não nos afetou muito), subidas, descidas, algumas explicações…, mas o que a gente queria mesmo era vivenciar a experiência. Tocar no gelo, beber a água, nos sentimos pequenos diante daquela imensidão branca. Ao final da caminhada somos servidos com uma dose de whisky com gelo do glaciar, as crianças bebem água e comem chocolates. Valeu demais!!!

Minitrekking Perito Moreno
Minitrekking Perito Moreno
Minitrekking Perito Moreno
Minitrekking Perito Moreno
Minitrekking Perito Moreno
Minitrekking Perito Moreno

Dia 12 – Retorno a Puerto Natales – Cueva del Milodon

A estada em El Calafate foi maravilhosa, foram cinco dias muito aproveitados, comida deliciosa, sorvetes, vinhos, passeios…é chegada a hora de nos despedirmos da Argentina e iniciar nosso caminho de volta para casa, primeira etapa, de volta ao Chile. Na volta a fiscalização da aduana é mais rigorosa com a entrada no Chile e passam toda a bagagem no raio x, mas foi tudo tranquilo.

Patagônia

Seguimos para Puerto Natales e como ainda estava claro aproveitamos para dar um passeio pela cidade que é bem simpática, praça central, igreja, uma voltinha rápida pois estava bem frio nesse dia e sentimos um pouco pois já havíamos acostumado com o calorzinho que estava fazendo em El Calafate. Comemos uma deliciosa paella no restaurante Bahia Mansa.

Patagônia
Patagônia

Dia 13 – Puerto Natales – Navegação no Canal da Última Esperança

Quando passamos por Puerto Natales, antes de irmos para a Argentina, fomos na agência 21 de mayo e compramos a navegação para os glaciares Balmaceda e Serrano. Quando eu li no guia sobre esse passeio me pareceu muito interessante, pois além de conhecer dois glaciares, passar no Canal da Última Esperança ainda iríamos almoçar em uma estância chamada Perales, ou seja, passeio completo. Infelizmente já comecei me decepcionando ao saber que não tinha mais o almoço na estância. O passeio custou 240.000 pesos chilenos, para nós quatro.

Puerto Natales

Acordamos cedinho e fomos para a agência que ficava pertinho do nosso alojamento Mia Loft (reservado pelo Booking). De lá o ônibus nos levou para Puerto Boris, que é quase uma extensão de Puerto Natales. O barco era bem confortável e estava cheio. Serviram, chá e café com uns biscoitinhos e começamos o passeio. Pelo caminho vimos muitos cormoranes (uma ave que lembra um pinguim de longe), mas nada de leões marinhos. A paisagem é realmente muito bonita, mas como estava mau tempo não chegamos a ver de perto o Glaciar Balmaceda, apenas o Serrano, que fica no Parque Nacional Bernardo O’Higgins, onde aportamos e fizemos uma pequena caminhada.

Puerto Natales
Patagônia
Patagônia
Patagônia

Depois do passeio na Reserva voltamos para o barco e nos serviram whisky com gelo do glaciar e para as crianças suco, foi bom para dar uma esquentadinha! Chegamos de volta a Puerto Natales por volta das 14h. Infelizmente o dia não ajudou muito, vento demais e pancadas de chuva, mas, como eles disseram, na Patagônia é normal esses dias com muito vento. Se me perguntassem se eu mudaria alguma coisa no roteiro, talvez, ao invés de fazer essa navegação teria feito a navegação dos rios de gelo, em El Calafate, pela possibilidade de chegar mais perto dos icebergs – talvez eu diga isso pela decepção de não conseguirmos chegar perto do Balmaceda e também por não ter o almoço que eu esperava, enfim… Fica a dica!

Patagônia

De volta a estrada, mais 250 quilômetros para a conta, que fizemos bem em três horas; as meninas aproveitaram para descansar, pois todos havíamos acordado muito cedo.

De volta a Punta Arenas fomos jantar no restaurante La Luna, recomendamos!

O forte na região, além do cordeiro patagônico, são os frutos do mar, então pedimos um prato que vinha um pouco de tudo – amamos a torta de centolla. Lá eles também têm a opção de pratos kids, com aquelas massas que sempre salvam!

Pedimos um vinho da casa e nos distraímos lendo as centenas de papéis grudados nas paredes, olhando a decoração do lugar e já com saudades da Patagônia. Certamente queremos voltar, para conhecer Ushuaia e El Chalten, provavelmente viremos somente pelo lado Argentino, tudo depende de onde as milhas vão nos levar, rs. O que dizer de uma pessoa que, ainda viajando, já está pensando na próxima viagem?

Dia 14 – Punta Arenas / Santiago

Nosso último dia na Patagônia. O voo de volta estava previsto para 9h da manhã, mas como falei mudaram para as 23:30. Ficamos na nossa casinha o máximo de tempo que pudemos, para dar uma boa descansada no período da manhã (Cabaña Las Heras) e em seguida partimos para a Zona Franca de Punta Arenas. Para falar a verdade os preços não nos entusiasmaram muito, achamos tudo muito caro. Compramos apenas chocolates, alguns suíços e belgas estavam com o preço bom e artigos de papelaria, pois o ano letivo estava começando e tinha muitas coisinhas bonitas por lá. Sugiro que você pense antes no que quer comprar e dê uma olhada no mapa de lojas. Nós fomos em alguns shoppings, mas compramos mesmo na loja Sánchez & Sánchez e no supermercado Abu Gosch. E por falar em supermercados, o nosso preferido no Chile foi o Unimarc, era lá que fazíamos nossas feiras.

Depois das comprinhas fomos almoçar num restaurante que se chama El Arriero, o ambiente é bem agradável, o atendimento bom e a comida bem gostosa. Aqui, além dos frutos do mar, eles servem uma deliciosa parrilla. Como falei, as refeições para quatro, com bebidas (sucos e vinho), saem em torno de 350 reais.

Uma tábua com entradinhas diversas feitas com frutos do mar (tudo maravilhoso) e uma parrilla, tudo regado a um bom vinho chileno, para nos despedirmos da culinária patagônica.

Encerramos nossa estada em Punta Arenas com uma visita ao Museu Regional Salesiano Maggiorino Borgatello. Como ex-aluna salesiana não podia perder a oportunidade de conhecer mais de perto o trabalho dos salesianos e de Dom Bosco na região.

Para encerrar o relato sobre a região, fiquei pensando que, logo no começo desse planejamento a Patagônia me parecia tão distante, tão inacessível… na verdade um lugar como outro qualquer e, do lado argentino, bastante preparado para o turismo. Já podemos dizer que viemos parar onde o vento faz a curva e recomendamos demais o passeio!

Dia 15 – Santiago: Parque Florestal, Parque Metropolitano, Parque dos Monumentos, e Costanera

Nosso último dia em Santiago aproveitamos para fazer o tradicional passeio pelo Parque Metropolitano, com direito a subida de funicular e descida de teleférico, depois passear pelo bairro Providência, passando pelo parque das esculturas e seguindo para o Costanera, para comprar os vinhos no Jumbo.

Mais um sonho realizado e muitas memórias afetivas guardadas!

Santiago, Chile
Santiago, Chile
Santiago, Chile
Santiago, Chile

Obrigada Karina por nos presentear com mais um guest post, que viagem maravilhosa! Também vamos para a Patagônia em janeiro, seu relato nos deixou ainda mais animados, adoramos as dicas!

Até a próxima!

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Patagônia em janeiro: Roteiro da Karina